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António Carlos Cortez, «Herberto Helder -- O nome mais obscuro»
JL-Jornal de Letras, Arte e Ideias,
Lisboa, 29 de Maio de 2013
«[...] nada mais ambíguo, nada mais fugidio, nada mais delicado, nada mais subjectivo, nada mais rebelde à análise que uma mundividência poética.»
Manuel Antunes, «Mundividências da poesia portuguesa desde o romantismo aos anos 60» (1973)
«Em poesia, a realidade não é outra coisa senão a linguagem que a produz.»
Gastão Cruz, A Poesia Portuguesa Hoje (1973; 2,ª ed., 1999)
La raison d'être du poète? La voilà: la page blanche, la plume, le mot. Le reste est anecdote.
Léo Ferré
[...] nãi há poeta, que o seja de nascença e de índole, que não proteste -- clara ou veladamente -- contra o presente, contra o imediato existente, quer se debruce sobre o passado, quer se volte para o futuro.»
João de Barros, Eugénio de Castro (conferência), 1945
[...] O poeta aparece -- quando aparece -- aos olhos da comunidade enquanto o sem abrigo da escrita. E, pior ainda, o sem abrigo da própria vida e do próprio senso, pois que os dias não se compadecem dessa miséria adocicada que são os poemas. Entre proscrita pela cidade e insubordinada por natureza, o lugar da poesia é nenhum lugar. [...]
Paulo José Miranda
Se, depois de Abril de 74, eu imediatamente me dissera: "eis-me livre da praça pública, do político, na poesia", agora, hoje, não me é possivel olhar para os mortos que flutuam no lago de Kiwu, sem desejar poetar sobre eles.
Não posso ver, hoje, a fome crescente e a chacina entre nações sem comoção. E a emoção pelos seres, pelos outros, pela natureza, pelo Cosmos, gera o poema.
Fiama Hasse Pais Brandão