04
Jul 13

"Acesa a lâmpada p'la noite adiante"

Acesa a lâmpada p'la noite adiante,

e o meu amado sempre ardente amante.

Mas quão de amor sabia o meu amado!

O amor fazia com subtil cuidado.

Que a cama, de indiscreta, rangeria

para contar ao mundo o que sentia.

 

poema sânscrito anónimo,

Índia Clássica,

Jorge de Sena, Poesia de 26 Séculos

publicado por RAA às 18:47 | comentar | ver comentários (2) | favorito
21
Jun 13

"Estuando em risos no prazer de dar-se"

Estuando em risos no prazer de dar-se,

a minha amada com ardor lutava

para ganhar a palma da vitória.

No frágil corpo a força lhe faltava;

e quando percebeu que o grande feito

além do seu poder se conservava,

exausta se quedou antes do fim,

e só com o ansioso olhar me suplicava

que o que faltava me coubesse a mim.

 

poema sânscrito anónimo,

Índia Clássica,

Jorge de Sena, Poesia de 26 Séculos

publicado por RAA às 13:21 | comentar | ver comentários (2) | favorito
05
Jun 13

"Quando ele quis ver-lhe os seios"

Quando ele quis ver-lhe os seios,

          num forte abraço o cingia.

Quando quis beijar-lhe os lábios,

          a pintura destingia.

E os dedos dele prendeu

          nas pernas que forte unia.

E ao desejo não cedia,

          que era ela quem acendia.

 

Poema sânscrito anónimo,

Índia, época clássica

in Jorge de Sena, Poesia de 26 Séculos

publicado por RAA às 13:12 | comentar | ver comentários (2) | favorito
17
Abr 13

AO CAVALO DO CONDE DE SABUGAL, QUE FAZIA GRANDES CURVETAS

Galhardo bruto, teu bizarro alento

Música é nova com que aos olhos cantas,

Pois, na harmonia de cadências tantas,

É clave o freio, é solfa o movimento.

 

Ao compasso da rédea, ao instrumento

Do chão que tocas, quando a vista encantas,

Já baixas grave, e agudo já levantas,

Onde o pisar é som e o andar concento.

 

Cantam teus pés e teu meneio pronto,

Nas fugas, não, nas cláusulas medido,

Mil consonâncias forma em cada ponto.

 

Pois em solfas airosas suspendido,

Ergues em cada quebro um contrato,

Fazes em cada passo um sustenido.

 

Anónimo

(atribuído a Frei António das Chagas)

Maria Ema Tarracha Ferreira, Antologia Literária Comentada --

Época Classica -- Século XVII

publicado por RAA às 13:53 | comentar | favorito
03
Abr 13

"Tão firmes são suas ancas"

Tão firmes são as suas ancas,

de tão suave interior,

que não há no mundo imagens

para dizê-las melhor.

 

Poema sânscrito anónimo

in Jorge de Sena, Poesia de 26 Séculos

publicado por RAA às 19:37 | comentar | ver comentários (2) | favorito
09
Abr 12

"O abutre devora os mortos"

O abutre devora os mortos

sem ter culpas de assassino.

Come a garça peixe vivo

com ares de asceta divino.

 

poema sânscrito anónimo

 

(Jorge de Sena)

publicado por RAA às 14:34 | comentar | favorito
02
Mar 12

"Ilustre Príncipe, anunciaste ao mundo"

Ilustre Príncipe, anunciaste ao mundo

que baniste a Pobreza de teus reinos.

Cumpre-me pois comunicar que a vil

veio esconder-se em minha humilde casa.

 

poema sânscrito anónimo

(Jorge de Sena)

publicado por RAA às 16:57 | comentar | favorito
20
Set 11

...

O crítico tem alma de camelo:
frutas e flores, eis o que el' não come.
No florido jardim do doce néctar,
se não vê espinhos, morrerá de fome.

poema sânscrito anónimo

(Jorge de Sena)
publicado por RAA às 14:30 | comentar | favorito
16
Fev 11

...

O poeta que em grã dor não teve parte
chora fingindo, e toca-nos tão fundo!
Quem sofre de verdade não tem arte
para a tristeza revelar ao mundo.

poema sânscrito anónimo

(Jorge de Sena)
publicado por RAA às 14:33 | comentar | favorito
23
Nov 10

...

Esta noite soprou vento
Com pontinhas de suão:
Abriram-se as rosas todas,
Dentro do meu coração.

Anónimo
publicado por RAA às 12:35 | comentar | favorito