A FLOR DA TUA GRINALDA

Um dia
Não sei
Por que merecimento,
Graças a que virtude,
-- Ó Beleza, --
Eu, flor do bosque,
Figurei na grinalda que te rodeia o colo.
     -- Então,
Ao romper da manhã,
Os primeiros clarões da aurora
Pareceram mais belos
À terra que descerrava os olhos...
..............................................................
     Agora
Que desfalece o dia
Na luz que morre e nos cantos das aves,
Se, na sua extrema lassitude,
Batida pela brisa do crepúsculo,
     A flor tombar por terra,
Que ela siga os teus passos
     Para sempre, -- ó Beleza! --
Sem que a macule nunca
     A poeira do caminho!

Rabindranath Tagore

(Augusto Casimiro)
publicado por RAA às 16:20 | comentar | favorito