06
Set 10

S PORTUGUÊS

Sertório

Sebastião

Saldanha

Sidónio

Salazar

Spínola

Sá-Carneiro

Soares

Sampaio

Santana

Sócrates

Liberto Cruz
publicado por RAA às 21:54 | comentar | favorito

...

Ai-je été Roi des Deux Siciles
quand les sirènes s'envolaient
en riant aux anges des îles
par les fenêtres du palais

ou bien ce chevalier de Malte
qu'un souvenir de l'Orient
invitait l'instant d'une halte
à croquer la lune en croissant

Rien ne témoigne de mes fables
don't s'enchantèrent les oiseaux
qu'une défroque d'incroyable
oubliée au porte-manteau

Paul Gilson
publicado por RAA às 17:50 | comentar | favorito

ESTES VERSOS ANTIGOS

Estes versos antigos que eu dizia
Ao compasso que marca o coração
Lembram ainda?... Lembrarão um dia...
-- Nas memórias dispersas recolhidas
Sequer, na piedosa devoção
De algum livro de cousas esquecidas?
-- Acaso o que ora canta... vive... existe
Nunca mais lembrará -- eternamente?
E, vindo do não ser, vai, finalmente,
Dormir no nada... majestoso e triste?

Ângelo de Lima
publicado por RAA às 17:08 | comentar | favorito

ROSAS SEM ESPINHOS

Esta rosinha de Assis,
sem espinhos, que eu de lá trouxe,
murcha, luminosa e doce,
no seu leve aroma diz:
-- Uma vez tentado foi

o Santo pla carne inquieta;
eis que o desejo lhe dói
numa agonia secreta.


E com a sede dos beijos
e dos ardentes carinhos,
arroja o corpo em desejos
às rosas cheias de espinhos!


Mas nós, quando então o temos
no abraço deste rosal,
os espinhos recolhemos
para lhe não fazer mal.




Afonso Lopes Vieira
publicado por RAA às 15:42 | comentar | favorito

...

Becos ermos, noite escura;
Para meu medo espantar
Em tão horrenda amargura
Afoito-me a assobiar...

Admário Ferreira
publicado por RAA às 14:18 | comentar | favorito

...

Ao meu cão bastaria um tapete
macio para se deitar
e um lugar onde possa dormir
perto do chão e durante a ferida.

Apenas procura aquele afecto
que torna possível continuar
sem evitar o respirar e a terra.

Encontra o esquecimento
sempre no fim de tudo
quando já não existe o esperado
perdido no labirinto das ruas.

Deixarei de o ouvir pela casa,
cairão os muros e os impérios
e o meu cão terá sempre um tapete.

Joel Henriques
publicado por RAA às 12:08 | comentar | favorito

...

Estar vivo tem um preço. A morte. Um prémio, dizem outros.
Casimiro de Brito
publicado por RAA às 10:54 | comentar | favorito
06
Set 10

A QUEM LER

Os versos que cantei importunado
Da mocidade cega a quem seguia
Queimei (como vergonha me pedia)
Chorando por haver tão mal cantado.

Se nestes não ficar tão desculpado
Quanto o mais alto estilo requeria,
Não me podem negar a melhoria
Da mudança que fiz de um no outro estado.

Que vai que sejam bem, ou mal aceitos?
Pois os não escrevi para louvores
Humanos, pelo menos perigosos,

Senão para plantar em frios peitos
Desejos de colher divinas flores
À força de suspiros saudosos.

Frei Agostinho da Cruz
publicado por RAA às 00:13 | comentar | favorito