29
Out 10

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A nossa linguagem é
mecânica,
atomística
ou dinâmica.
A linguagem poética autêntica
será orgânica, viva.
É tão grande a pobreza das palavras
para dizer de um só golpe
a ideia plural!

Novalis

(João Barrento)
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Poetas do Século XVIII

título: Poetas do Século XVIII
antologiador: M. Rodrigues Lapa (Anadia, 20.4.1897 - 28.3.1989)
edição: 3.ª
os poetas: Correia Garção, Cruz e Silva, Domingos dos Reis Quita, Filinto Elísio, Tomás António Gonzaga, João Xavier de Matos, José Anastácio da Cunha, Marquesa de Alorna, José Agostinho de Macedo
colecção: «Textos Literários»
editora: Seara Nova
local: Lisboa
ano: 1967
capa: Guilherme Lopes Alves
págs.: VIII+111
dimensões: 19,3x12,4x1,2 cm. (brochado)
impressão: Emp. Jornal do Comércio, Lisboa
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Assumamos o corpo e o
prazer, bebamos no elmo
de bronze o vinho e os
cheiros de fogo.

Orlando Neves
publicado por RAA às 20:47 | comentar | favorito

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Rosa, em teu trono, pra os da Antiguidade
era um cálice com um bordo simples.
Mas para nós és a flor plena, inumerável,
o objecto inesgotável.

Pareces na opulência trajo sobre trajo
a envolver um corpo de nada mais que brilho;
mas cada pétala tua é a um tempo só
fuga e negação de toda a roupagem.

De há séculos teu perfume nos proclama
os seus nomes de maior doçura;
de súbito, paira no ar como uma glória.

No entanto, não sabemos nomear, adivinhamos...
E para ele passa a lembrança
que pedimos às horas invocáveis.

Rainer Maria Rilke

(Paulo Quintela)
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29
Out 10

INTERFERÊNCIA

                                                                                                                                                                                                               A CECÍLIA MEIRELES

Quem veio bater à minha porta? quem?
Quem me fez abrir a janela e a noite morta?

O caminho estava deserto e o seu silêncio tinha horas.
Vento? Esta noite tem a paz e o sossego da morte.
Só eu e as estrelas sentíamos a solidão fantástica...

Nos ouvidos e na ansiedade guardei o rumor que me chamou,
As minhas mãos tiveram a carícia doutras mãos perdidas,
E uma companhia invisível acendeu uma luz na minha alma...

Alguém terá pensado em mim, longe?

Alberto de Serpa
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