08
Dez 10

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Ela é conforme à noite, e sob as dunas, perdidamente inerte como um deus, espera que a lua calva ainda uma vez possa, à alba, essa pedra cingir.

Vergílio Alberto Vieira
publicado por RAA às 23:58 | comentar | favorito

PARADA DOS ÂNGULOS AGUDOS

A Luiz de Montemor

Quando, altas horas, eu regresso ao leito
Cheio de tédio, insuportável, farto,
A estranha geometria do meu quarto
Põe ângulos agudos no meu peito...

Quero dormir -- não posso! Que profundo
Horror a minha vida miseranda!
E, aflito, do meu púlpito -- a varanda,
Prego a ilusão fantástica do Mundo!

E o luar, o luar magnífico e sereno,
Só ele compreende a minha dor
Porque me beija o rosto nazareno;

E que prazer -- meu Deus! -- eu sinto então,
Depois de ter pregado a Paz e o Amor,
Dormir, sonhar, por ti, meu coração!

Duarte de Viveiros
publicado por RAA às 22:15 | comentar | favorito
08
Dez 10

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A uma palavra segue-se outra.
Passos na manhã,
nenúfares no teu lago preferido.

Finge que estás aqui onde ninguém entra,
e o Sol espera o fim
do sonho interrompido.

João Villalobos
publicado por RAA às 16:08 | comentar | ver comentários (2) | favorito