POEMA
em mim o teu cadáver transparente
flutuando nas barras e masmorras
em que se gruda mim, fluorescente
recordo, de instantes intangíveis
subsequentes moléstias em que urro
para ecos em corpos talvez inatingíveis
como ao ar não pode forte murro
revolver em matéria desagregada
ou dança de dados reprováveis
ama-me em mim a tatuagem
do teu destino em formas razoáveis
não formas inclementes da ramagem
verdelúcidas dos frutos acreágeis
ocre barro humano húmus e imagem