SONETO
erro, sinistramente, porta em porta;
levo a alma nos braços, quase morta
e não sei onde a hei-de agasalhar...
Talvez que lá em baixo, junto ao mar,
Na ressaca das ondas e da espuma,
a possa descansar... E, uma a uma,
as passadas da Morte, dou, p´ra o mar!...
Mas as águas são torvas e spectrais,
Sinistras de insondável e maldito
-- no sentido pior do que está escrito! --
E novamente vou, de porta em porta,
em trôpegos passos desiguais,
levando no regaço a Alma-morta...