16
Mai 11

MOONLIGHT IN VERMONT

Pérolas às poças,
telegramas na água.
Encontros românticos
sob folhas de luar.

Venenos de Verlaine
espelhadas em Vermont.
Ventos de outono no verão,
raios de neves marrom.

Uma letra é uma letra,
mas a voz Ella penetra
em flecha a nota certa.

Encontra a rota aberta
no rio das notas Oscar,
ar que a luz-voz refresca.

Frederico Barbosa
publicado por RAA às 15:01 | comentar | favorito
16
Mai 11

MAVÍKIS

De manhãzinha, a mata ainda escura,
Ainda dormindo os colibris nos ninhos,
Partem cantando uma canção obscura,
Em variados grupos, ou sozinhos.

Segura a mão calosa a moca dura.
E eles a cantar pelos caminhos
Antigas tradições de ida bravura,
Canções obscenas, ritos de adivinhos...

Já fogem as estrelas derradeiras,
E acendem-se as grotescas maçaleiras
À luz do sol fecunda e abrasadora.

Já chegam à cidade, -- mas o canto,
Que os trouxe de tão longe, irá entanto
Suavizando a faina o dia fora...

Rui de Noronha
publicado por RAA às 12:40 | comentar | favorito