23
Mai 11

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Sedia la fremosa seu sirgo torcendo,
sa voz manselinha fremoso dizendo
               cantigas d'amigo.

Sedia la fremosa seu sirgo lavrando,
sa voz manselinha fremoso cantando
               cantigas d'amigo.

-- Par Deus de Cruz, dona, sei eu que avedes
amor mui coitado, que tan ben dizedes
               cantigas d'amigo.

Par Deus de Cruz, dona, sei [eu] que andades
d'amor mui coitada, que tan ben cantades
               cantigas d'amigo.

-- Avuitor comestes, que adevinhades.

Estêvão Coelho
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23
Mai 11

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Minha alma quer-te, ainda que em tortura,
E sigo-te alegre na ânsia de procura.
Que estranho, ser defesa a nossa ligação,
Se os desejos ambos concordaram!
Que quereria mais o coração
Quando amargurado te buscou em vão
E meus olhos te viram e amaram?
Como desejo que quem tem poder
Sobre ti em nosso encontro não esteja!
Só assim a minha sede se vai beber
Em doce fonte se teus lábios beija.

Ibn 'Ammar
(Adalberto Alves)
publicado por RAA às 11:34 | comentar | favorito