17
Jun 11

ORAÇÃO DO ATEU

Ouve meu rogo, Deus que não existes,
em teu nada recolhe as minhas queixas.
Tu, que aos homens mais pobres nunca deixas
sem consolo de enganos. Não resistes

a nosso rogo, e ao nosso anseio assistes.
Quando da minha mente mais te afastas,
eu mais recordo essas palavras castas
com que embalou minha ama as noites tristes.

Que grande és tu, meu Deus! Tu és tão grande
que não passas de Ideia; e é tão estreita
a realidade mesmo se se expande

para abarcar-te. Sofro à tua espreita,
inexistente Deus. Pois se viveras
existiria eu também deveras.

Miguel de Unamuno

(Jorge de Sena)
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17
Jun 11

LA MORT DES OISEAUX

Le soir, au coin du feu, j'ai pensé bien des fois
À la mort d'un oiseau, quelque part dans les bois.
Pendant les tristes jours de l'hiver monotone,
Les pauvres nids déserts, les nids qu'on abandonne,
Se balancent au vent sur un ciel gris de fer.
Oh! comme les oiseaux doivent mourir l'hiver!
Pourtant lorsque viendra le temps des violettes,
Nous ne trouverons pas leurs délicats squelettes
Dans le gazon d'avril où nous irons courir.
Est-ce que les oiseaux se cachent pour mourir?

François Copée
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