EU, ÍNDIO
para Noel Nutels
Ah! Povo amado desarmado!
Suas estradas cortam
As linhas do meu corpo
Em cada um sou aculturado
Com a pena de Debret sobre o gentio
Assumo o bater de minhas teclas
Num piano eletrônico de caranaúba
Pleno piedoso paternalista
Pregado com cravos à sombra da reforma
Do avô do pai do filho Rondon
E lendo a pauta desta parede...
Ah Infância desamparada!
Obrigada a vestir-se
Com o que há de mais antigo
Suas contas serão sempre de vidro
E os colares dados coloridos
Exclama a nação do planalto:
É pacífico esconder as pirocas!
Ricardo G. Ramos