A LAREIRA
Filha da perderneira
Tem brasas nas entranhas,
Estrelas brilhantes em noite escura.
Diz-me lá se na verdade
Ela não é alquimista?
Fundiu carvão em lingotes de ouro
De alva prata marchetados.
Se o sopro solta o silvo
Ela dança em rubra túnica.
E ao fundir a sua acha
Nesse ouro em lingotes
A aurora simulou
Quando a noite já caía.
Se em seu redor tu nos visses
Certamente que dirias:
Ei-los que ali estão bebendo
E passando em seu redor,
De um vermelho alaranjado,
Taças de espesso licor.
Ibn Sara
(Adalberto Alves)