MATURIDADE

Maturidade, sinto-te na polpa

dos dedos; abundante e macia.

Saturada de sábias,

doce-amargas amêndoas.

 

És o tálamo para a morte,

o velame no porto.

 

Sob teu musgo, a pedra.

O silêncio em teu seio é prata

e sofrer o lavor

minucioso do tempo.

 

À tua sombra de pomar

ressoam passos do eterno

entre folhas: do eterno.

 

Ó pesado momento,

ó bojo cálido!

 

Henriqueta Lisboa

publicado por RAA às 14:43 | comentar | favorito