23
Jan 12

RÁPIDO E RASTEIRO

vai ter uma festa

                           que eu vou dançar

      até o sapato pedir pra parar.

                            aí eu paro, tiro o sapato

      e danço o resto da vida.

 

Chacal

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Poezz

título: Poezz

subtítulo: Jazz na Poesia em Língua Portuguesa

antologiadores: José Duarte e Ricardo António Alves

autores antologiados: Manuel Bandeira, Almada Negreiros, Mário de Andrade, Fernanda de Castro, José Gomes Ferreira, António de Navarro, Carlos Drummond de Andrade, Saul Dias, Adolfo Casais Monteiro, Joaquim Paço d'Arcos, Vinicius de Moraes, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Papiniano Carlos, Jorge de Sena, Francisco José Tenreiro, Agostinho Neto, José Craveirinha, Natália Correia, António Jacinto, Daniel Filipe, Miguel Barbosa, Noémia de Sousa, David Mourão-Ferreira, José Fernandes Fafe, Viriato da Cruz, Alberto de Lacerda, Ana Hatherly, Telo de Morais, Herberto Helder, Rui Knopfli, Ernesto Lara Filho, E. M. de Melo e Castro, Pedro Tamen, Manuel Lima, José Carlos Ary dos Santos, Fernando Assis Pacheco, Armando Silva Carvalho, João Paulo Monteiro (Ângelo Novo), António Barahona, Pedro Bandeira Freire, Carlos Lyra, Levi Condinho, Manuel Rui, João Henrique de Oliveira Barros, Eduardo Guerra Carneiro, Vasco Graça Moura, Eudoro Augusto, Fernando Grade, Artur Queiroz, José Andrade (Zan), Djavan, João Candeias, Miguel Serras Pereira, José do Carmo Francisco, Júlio Castañon Guimarães, José Alberto Oliveira, Donizete Galvão, Mário Avelar, João Pedro Mésseder, Ana Mafalda Leite, Eurico Barros, Abel Neves, Fernando Pinto do Amaral, Ricardo Mainieri, Frederico Barbosa, Claudia Roquette-Pinto, José Tolentino Mendonça, Rui Miguel Saramago, Paulo César de Carvalho, Manuel de Freitas.

editora: Almedina

local: [Coimbra]

ano: 2004

págs.: 459

dimensões: 23x16x3 cm. (brochado)

capa: FBA.

impressão: GC. Gráfica de Coimbra

 

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CANÇÃO NOCTURNA

Café de cais

onde se juntam

anónimos de iguais,

os ratos dos porões,

babel de todos os calões,

rio de fumo e de incontido cio,

sexuado rio,

que busca, único mar,

mulheres de pernoitar,

unge-te a nojo, não Anfitrite,

fina ficção marinha,

mas nauseabundo

e tutelar

o vulto familiar

da Virgem Vício,

Nossa Senhora do Baixo Mundo.

 

Reinaldo Ferreira

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23
Jan 12

NOITE NOS JARDINS DA GULBENKIAN

O limo, o lume, as áleas protegidas

e a noite que chega

sem nos perguntar.

 

E se o jardim, súbita melodia

nas áleas a perder-se, só memória,

fosse afinal complacência muda

e o nosso grito o lume que defende as áleas

do peso de ser noite?

 

Mas quem arrisca um grito,

da vida que nos coube?

 

Luís Filipe Castro Mendes

publicado por RAA às 01:14 | comentar | favorito