CINCO RÉIS DE GENTE

Cinco réis de gente

Vai sempre na frente

Dos outros que vão

Cedo para a escola;

Corpinho delgado,

Olhar mariola,

-- Belos os cabelos,

Quantos caracóis!

Mas as mangas rotas

Nos dois cotovelos

São de andar no chão

Atrás do novelos!

Nos olhos dois sóis

Que alumiam tudo!

A mãe, tecedeira,

Perdeu o marido,

Mas vive encantada

Para o seu miúdo.

 

António Botto

in Maria de Lourdes Varanda e Maria Nauela Santos,

Poetas de Hoje e de Ontem -- Do Século XIII ao XXI para os Mais Novos

publicado por RAA às 13:49 | comentar | favorito