FIDELIDADE
Duas andorinhas voando sempre a par,
não distinguem as torres de jade, nem palácios lacados,
mas juntas pousam,
não distinguem balaustradas de mármore, nem ornatos de janelas,
mas juntas pousam.
Incendiou-se a trave onde haviam feito o ninho,
as andorinhas fugiram do palácio imperial.
O palácio também devorado pelo fogo,
mortos a andorinha-macho e os filhotes.
Ao regressar, a andorinha-fêmea pairou longamente no ar,
contemplando as ruínas do palácio.
Esta história me entristece.
Poemas de Li Bai
(trad. António Graça de Abreu)