28
Abr 15

"Eu tinha sono."

Eu tinha sono.

A Sabedoria disse-me: "As rosas da Felicidade nunca perfumam o sono.

Em vez de abandonares a esse irmão da Morte,

bebe vinho. Tens a eternidade toda para dormir."

 

Omar Khayyam, Odes ao Vinho

(versão de Fernando Castro)

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28
Abr 15

E COM VOCÊS A MODERNIDADE

Meu verso é profundamente romântico.

Choram cavaquinhos luares se derramam e vai

por aí a longa sombra de rumores e ciganos.

 

Ai que saudades tenho de meus negros verdes

anos!

 

Antonio Carlos de Brito,

in Heloisa Buarque de Hollanda, 26 Poetas Hoje (1976) 

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22
Abr 15
22
Abr 15

A CIGARRA E A FORMIGA

Tendo a Cigarra em cantigas

Folgado todo o verão,

Achou-se em penúria extrema

Na tormentosa Estação.

 

Não lhe restando migalha,

Que trincasse a Tagarela

Foi valer-se da Formiga,

Que morava perto dela.

 

Rogou-lhe que lhe emprestasse,

Pois tinha riqueza e brio,

Algum grão com que manter-se,

Té voltar o aceso Estio.

 

-- "Amiga, (diz a Cigarra)

Prometo à fé d'animal

Pagar-vos antes de Agosto

Os juros e o principal."

 

A Formiga nunca empresta,

Nunca dá, por isso ajunta

-- "No Verão em que lidavas?"

À pedinte ela pergunta.

 

Responde a outra: "Eu cantava

Noite e dia, a toda a hora."

-- "Oh bravo! (Torna a Formiga)

Cantavas? Pois dança agora."

 

(La Fontaine)

versão de Bocage

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09
Abr 15

AMAZÓNIA

I

 

Selva.

O negro, o índio

e o que mais me souber.

O fogo doutro céu, 

o nome doutro dia.

Tudo o que estiver

nos nervos 

que me deu.

 

Carlos de Oliveira, Turismo / Trabalho Poético

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09
Abr 15

INFÂNCIA

VI

 

Céu

sem uma gota

de terra.

 

Carlos de Oliveira, Turismo / trabalho poético

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