E O BOSQUE SE FEZ BARCO
Já meu país foi uma flor de verde pinho.
País em terra. (E semeá-lo uma aventura.)
Depois abriu-se o mar como um caminho.
Depois o bosque se fez barco e o barco arado
dessa nova e fatal agricultura:
colher no mar o fruto nunca semeado.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas (1967)