TARDE

Vago sabor de outono

E de coisas extintas.

Nem desejos nem dor...

Meu coração esquece.

 

No ar parado voga

Talvez uma saudade

De tudo que perdi,

De tudo que não fui.

 

Ninguém chama por mim

Nem chamo por ninguém.

Instante calmo e triste...

Como a vida está longe!

 

No dia húmido cai

Um silêncio dormente.

Uma música ausente

Meu coração embala.

 

Luís Amaro

As Folhas de Poesia Távola Redonda

(edição: António Manuel Couto Viana)

 

publicado por RAA às 19:37 | comentar | favorito (1)