AMSTERDAM
a par e passo, a cores ou a preto e branco mas não
tinha tempo para ver televisão nem para comprar jornais.
Corria de museu para museu, ingenuamente procurava
apanhar um retrato vivo da cidade, comprava batatas
fritas na rua para não perder tempo em restaurantes
e nunca me cansava.
À noite tinha jazz, com muito sumo de laranja, quase
sempre no «Mistery Club» até à meia-noite e cinco,
pontualmente, para apanhar o último eléctrico com
destino a Amstel Station.
Quando cheguei e me perguntaram se tinha tido medo
dos terroristas fui obrigado a responder que não --
dos polícias, sim, tenho medo: São espantosamente
novos, louros, corpulentos e passeiam-se na rua
com a arrogância de quem se sabe impune.