NOITE QUENTE

Naquela noite quente nada estremecia

E nada se agitava na rede do luar,

Naquela noite cheia de folias, havia

Um invulgar aroma retido pelo ar.

 

Folhagem de arvoredo doce ali dormia,

Malha de fios dourados fazem tropeçar,

Folha verde na sombra não se distinguia

E a relva do jardim varal para amar.

 

Festa de bacanais, prazer e regozijo,

Ostentosa riqueza, orgia até nascente,

Perturbador anseio na foz de amor ardente

 

Correndo palpitante em vasto esconderijo

Para gozar no tempo a vida do amor,

Para viver a vida, sem pensar na dor.

 

Maria Campos

publicado por RAA às 11:33 | comentar | favorito