A LAREIRA

Filha da perderneira

Tem brasas nas entranhas,

Estrelas brilhantes em noite escura.

 

Diz-me lá se na verdade

Ela não é alquimista?

Fundiu carvão em lingotes de ouro

De alva prata marchetados.

 

Se o sopro solta o silvo

Ela dança em rubra túnica.

E ao fundir a sua acha

Nesse ouro em lingotes

A aurora simulou

Quando a noite já caía.

 

Se em seu redor tu nos visses

Certamente que dirias:

Ei-los que ali estão bebendo

E passando em seu redor,

De um vermelho alaranjado,

Taças de espesso licor.

 

Ibn Sara

 

(Adalberto Alves)

publicado por RAA às 15:28 | comentar | favorito