IMAGEM

No filme azul do desdobrado céu

decantarei a mínima magia

das sensações mais puras, melodia

da minha infância, onde era apenas Eu.

 

Da realidade nua desce um véu

que, já sem mar, apenas maresia,

me vem tecer aquela chuva fria

que prende esta janela ao claro céu.

 

Despido o ouropel desvalioso,

já não apenas servo, mas o Rei

da luz da minha lâmpada romeira,

 

assim procuro o centro misterioso

do mundo que hoje habito, onde serei

concêntrica expressão da vida inteira.

 

Alberto de Lacerda

publicado por RAA às 16:44 | comentar | favorito