CANTIGA DA AMAZONIA

NEM O MISTERIO DOS RIOS SE RENOVANDO,

NEM LA TERRA NINA NASCENDO A CADA MOMENTO NO PRINCIPIO DO MUNDO DA [AMAZONIA,

NEM O PITORESCO DOS LIRICOS NAVIOS ATRAZADOS,

NEM A FLORESTA DE TODAS AS ALUCINAÇÕES,

NEM O PAGÉ, O BOTO, A COBRA GRANDE,

NEM MESMO OS CABELOS DA ULTIMA YARA, DE OCULOS AZUES, VOGANDO NO RIO [DE MISTERIO EM LANCHA-AUTOMOVEL,

TÃO POUCO EL DOLOR E LA SANGRE DE LOS INDIOS DE RIVERA,

DOS CEARENCES DE FERREIRA DE CASTRO,

NENHUM MOTIVO ETERNO NA MINHA CANTIGA DO AMAZONAS.

 

APENAS O LOUVOR DO AMIGO:

O CIVILIZADO QUE PAROU NA SELVA,

FILHO DAS GLORIAS DUMA RAÇA FORTE,

MÃOS CHEIAS DE CULTURA E DE BOM GOSTO,

AQUELE PARA QUEM A HUMANIDADE NÃO É UMA PALAVRA VÃ,

GRANDE DA BONDADE,

 

PORTUGUEZ!

 

A CERTEZA DE PODER DIZER NA HORA DA MAIS DENSA ANGUSTIA:

EMIDIO VAZ D'OLIVEIRA, AMIGO,

AMIGO!

 

Jorge Amado

publicado por RAA às 14:24 | comentar | favorito