UM DESENHO DE JÚLIO

     São Pequenos para nós os jardins desta pequena cidade, com suas ruas estreitas, sua igrejinha envergonhada, e a janela em que me debruço todas as tardes à tua espera. Por isso, às vezes, o amor é tão difícil para nós.

     Mas quando passas devagar à minha porta, a brisa e o sol ganham poderes. E com a flor que dos dedos te nasce pela tarde, sobes então por dentro de mim -- e no ar ficas suspensa à minha espera.

 

     E ninguém sabe, ninguém vê -- é a nossa hora.

 

10/8/2000

 

João Pedro Mésseder,

Série Poeta -- Homenagem a Júlio / Saul Dias

publicado por RAA às 19:26 | comentar | favorito