A CASA

Paredes brancas pátios interiores

as mesas largas as cadeiras quase toscas

despojamento de convento e de deserto

a planície prolonga-se na casa

com seu rigor e sua estética

do necessário

do liso

do elementar.

 

Aristocracia do pobre

com sua manta e com seu cobre.

 

Há um cheiro a pão recém-cortado.

 

A casa alentejana está escrita na planície

como o poema no branco descampado.

 

Manuel Alegre, Alentejo e Ninguém (1986)

publicado por RAA às 00:14 | comentar | favorito (1)