MATURIDADE
Maturidade, sinto-te na polpa
dos dedos; abundante e macia.
Saturada de sábias,
doce-amargas amêndoas.
És o tálamo para a morte,
o velame no porto.
Sob teu musgo, a pedra.
O silêncio em teu seio é prata
e sofrer o lavor
minucioso do tempo.
À tua sombra de pomar
ressoam passos do eterno
entre folhas: do eterno.
Ó pesado momento,
ó bojo cálido!
Henriqueta Lisboa