31
Jul 12

UM ENXAME DE MOSQUITOS

Miríades em poalha rebrilhante

Se agrupam ávidos e avançam

Em círculos trémulos

Desenfreadamente divertidos

Uma hora e logo sumidos

No delírio se esgotam zubinando

De pura alegria da morte.

 

Impérios decadentes e arruinados,

Tronos dourados desaparecidos

Na voragem da noite e da lenda, sem deixar traço,

Jamais conheçeram dança tão frenética.

 

Hermann Hesse

(Jorge de Sena)

publicado por RAA às 15:34 | comentar | favorito
06
Jun 12

NA NÉVOA

Como é estranho andar no nevoeiro!

Sòzinha a pedra e a planta,

Uma árvore não vê a outra,

Solidão tanta.

 

Muitos amigos eu tinha

No tempo da vida viva;

Agora que a névoa cai,

De tudo a vista me priva.

 

Nada sabe quem não sabe

Como a treva nos separa

De tudo e todos, tão doce,

Inescapável, avara.

 

Como é estranho andar no nevoeiro!

A vida é solitude -- não adianta.

Ninguém conhece um outro.

Solidão tanta.

 

Hermann Hesse

(Jorge de Sena)

publicado por RAA às 15:26 | comentar | favorito
02
Mai 12

NA NÉVOA

Como é estranho andar no nevoeiro!

Sòzinha a pedra e a planta,

Uma árvore não vê a outra,

Solidão tanta.

 

Muitos amigos eu tinha

No tempo da vida viva;

Agora que a névoa cai,

De tudo a vista me priva.

 

Nada sabe quem não sabe

Como a treva nos separa

De tudo e todos, tão doce,

inescapável, avara.

 

Como é estranho andar no nevoeiro!

A vida é solitude -- não adianta.

Ninguém conhece um outro.

Solidão tanta.

 

Hermann Hesse

(Jorge de Sena)

publicado por RAA às 14:53 | comentar | favorito