As tuas coxas de firme e elástico contorno E de doces energias, Que cálice de segredos rompe a sua dureza vertical? Que sombra de apertadas e nocturnas pestanas Lhes empresta essa agilidade comprometida?
Arco na noite Gato preto dispara lentamente O cinzento colorido Das suas estrelas de nervos. O teu corpo de mulher Dispara o sal puro E a maciez da espuma Do arco branco da areia da praia.
No céu unido dos dias como o de hoje Que há neles que se afasta e foge? Que é este cinzento das lousas do meu Douro Que só encontro nas asas dos pombos bravos Que distância me acena como leve mão de afagos Daquela Mãe para quem eu era o seu menino de ouro.