CONVERSÃO
Descuidado andava no bosque do vale
No tempo dos jacintos,
Até que a beleza como um pano perfumado
Que me cobrisse me estrangulou. Fui amarrado,
imóvel e sem poder respirar,
Pelo encanto que era o eunuco dela.
E agora eis que entro no rio final
Ignominiosamente, num saco, sem ruído,
Como qualquer turco no Bósforo que espreitasse o harém.
T. E. Hulme,
in Jorge de Sena, Poesia do Século XX (1978)